Você: Eu mesmo.

Falar de você é sempre difícil.
Falar com você é quase impossível.
Você é uma pessoa muito difícil. Digo, eu.
Eu posso ter te feito sorrir e viver coisas memoráveis.
Meu eu pode ter trazido felicidades, mas também tristezas.
Posso ter brincado demais, falado demais.
Talvez meu eu pode ter sido abusivo com você.
Meu eu do passado não percebeu, porque meu eu do presente estava ocupado num meio de turbilhões e desculpas da doença da sociedade atual: a sobrecarga e a falta de tempo.
E meu eu do futuro... estava iludido sobre o que seria.
O eu do futuro sonhava,
mas agora não sonha do mesmo jeito.
Porque o eu do presente estragou tudo,
deixando o eu do passado desapontado, pois havia construído tudo aquilo.
Agora,
O tempo mudou.
Como seres temporais, as coisas mudam...
Não perceber antes ou acabar nunca percebendo. Pode ser um pecado com você mesmo.
Mas eu,
mudei com o tempo.
Você, mudou muito?
Dançamos a dança da vida que muda o ritmo, não é?
Eu percebi.
Mas meu eu do futuro, continuava a se iludir.
O que aconteceria se meu eu do PASSADO falasse com o eu do presente?
O que aconteceria se meu eu do FUTURO falasse com o eu do presente?
Agora e rotineiramente, o eu do presente diz:
Não importa mais.
Em uma atitude egoísta, do mesmo eu, fala que tem o poder de decidir sozinho.
E assim está sendo...